Quando resolveu
participou do concurso de talentos “Os Número 1 de Amanhã”, promovido por Bruno
Coquatrix, Iolanda jamais imaginou que despontaria tão facilmente na cena
musical francesa. Após ganhar a simpatia do dono do Teatro Olympia, em 1956, que
a convidou para fazer o teste, a cantora foi apresentada a Eddie Barclay e a
Lucien Morisse. Juntos, os três se encarregaram logo de produzir aquela nova
cantora que seria lançada em breve no mercado musical.
É aí que Iolanda tem mais uma surpresa. Decepcionada à primeira vista por não ter
obtido sucesso no cinema, a jovem se conformara em entrar na carreira de
cantora. Contudo, não sabia ela que, ao se transformar em Dalida, interpretaria
um papel por toda a sua vida. Iolanda já
era por si só uma figura exótica, por ter nascido no Egito e ter ascendência
italiana. Diante disso, o trio Coquatrix, Barclay e Morisse imaginou para a
moça a figura imaginária de uma cigana, que, ao mesmo tempo que não pertence a
um lugar fixo, congrega todos elementos dos locais por que passou. Além disso,
por possuir uma beleza tipicamente latina, o repertório de versões francesas de
canções populares de países como Itália, Espanha e Portugal, como boleros e
fados, pareciam cair como uma luva à cantora. O sotaque italiano, língua
materna de Dalida, entoando as músicas em francês, fecharia com chave de ouro a
personagem.
Assim, em 28
de agosto de 1956, saia o primeiro EP de Dalida, intitulado pela faixa Madona,
uma adaptação francesa do título português Barco Negro, de Amália Rodrigues.
Após um sucesso tímido do 45 rotações e de seu sucessor, o disco La Violetera,
lançado em outubro de 1956, Lucien Morisse encontra o título ideal para Dalida:
Bambino, a reprise francesa de uma canção de Marino Marini, Guaglione, que
anteriormente deveria ter sido gravada pela vedete Gloria Lasso. Morisse faz
Dalida gravá-la e passa a veicular a música muitas vezes na rádio Europe 1.
Assim, Bambino vende meio milhão de unidades, ficando mais de um ano no hit
parade da rádio e conquistando o primeiro disco de ouro de uma artista mulher. O sucesso instantâneo
faz com que, algumas semanas depois, ela dividisse o palco do Olympia junto a
Gilbert Bécaud, abrindo a primeira parte de um espetáculo de Charles Aznavour.
Os três
primeiros compactos de Dalida são bastante homogêneos, tendo todos o mesmo
plano de fundo. Canções de origem portuguesa e espanhola, remetendo-a
diretamente ao personagem cigano e boêmio delineado para ela, a exemplo das
músicas Fado, Gitane e Flamenco Bleu. Outros títulos, como Bambino e Por Favor,
expressam literalmente a latinidade das canções, que, mesmo versionadas para o
francês, mantém nos títulos expressões ou palavras de outras línguas. Este
seria um costume marcante na carreira de Dalida, o qual ela manteria durante toda
a vida artística, assim como o sotaque italianado, com os Rs bem enrolados. Em
todas as músicas dessa época, Dalida canta sempre com uma empostação vocal diferenciada,
que cai bem no seu timbre de voz marcante, classificado entre mezzo-soprano e
contralto.
No início de
1957, sai o primeiro LP de Dalida, intitulado Son Nom est Dalida, que reúne as
canções de seus três primeiros EPs. Naquele ano, a cantora deu prosseguimento ao trabalho
do ano anterior, lançando novos compactos no mesmo estilo musical. Entre eles,
se destacam os discos dos singles Le Ranch de Maria, Lazzarelle e Miguel. Esta
última canção intitula o novo LP que sai naquele ano, também reunindo algumas das
músicas dos compactos. No álbum Miguel, diferente de Son Nom est Dalida - no qual notadamente Bambino se sobressai às outras canções - figuram algumas canções de estilo mais pop, como La Plus Belle du Monde, Tu n'as Pas Très Bon Caractère e uma das mais conhecidas composições de Jacques Brel, Quand On a que l'Amour. Isso revela que, pouco a pouco, Dalida sai de uma esfera exótica para uma popular, ainda que conserve as características anteriores. Ao todo, em 1957, são lançados quatro EPs e dois LPs. O
último 45 rotações lançado naquele ano, que traz os singles Pour Garder e
Histoire d’un Amour, já prevê o sucesso para o ano seguinte, que começa bem com
um novo grande hit a altura de Bambino: Gondolier.
Os dois primeiros LPs de Dalida e todas as músicas lançadas entre 1956 e 1957, com exceção do último EP de 1957, foram compilados no primeiro volume da coletânea Les Années Barclay, que leva o nome da canção de maior sucesso da época, Bambino.
1. Madona (Barco Negro)
2. Guitare Flamenco
3. Flamenco Bleu (Flamenco Love)
4. Mon Coeur Va
5. La Violetera (Violeterra)
6. Fado
7. Gitane
8. Le Torrent (Torrente)
9. Bambino (Guaglione)
10. Aime-moi
11. Eh Ben (Hey There)
12. Por Favor (Please)
13. Miguel
14. Ay! Mourir pour Toi
15. La Plus Belle du Monde (Più Bella Del Mondo)
16. Le Petit Chemin de Pièrres (Scalinatella)
17. Le Ranch de Maria (Casetta in Canada)
18. Tu Peux tout faire de Moi
19. Quand On a que l'Amour
20. Tu n'as pas Très Bon Caractère (Scapricciatello)
21. Lazzarelle (Lazzarella)
22. Buenas Noches, mi Amor
23. Scusami
2. Guitare Flamenco
3. Flamenco Bleu (Flamenco Love)
4. Mon Coeur Va
5. La Violetera (Violeterra)
6. Fado
7. Gitane
8. Le Torrent (Torrente)
9. Bambino (Guaglione)
10. Aime-moi
11. Eh Ben (Hey There)
12. Por Favor (Please)
13. Miguel
14. Ay! Mourir pour Toi
15. La Plus Belle du Monde (Più Bella Del Mondo)
16. Le Petit Chemin de Pièrres (Scalinatella)
17. Le Ranch de Maria (Casetta in Canada)
18. Tu Peux tout faire de Moi
19. Quand On a que l'Amour
20. Tu n'as pas Très Bon Caractère (Scapricciatello)
21. Lazzarelle (Lazzarella)
22. Buenas Noches, mi Amor
23. Scusami
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