Dalida, nome
artístico de Iolanda Cristina Gigliotti, posteriormente afrancesado para
Yolanda, foi uma cantora e atriz nascida no Cairo, Egito. Viveu na França de
1954 até a data de sua morte, 3 de maio de 1987. Lá, constituiu carreira de
cantora e atriz, sendo uma das artistas mais populares naquele país. A maioria
de suas músicas foi registrada em francês e em italiano, sendo esta última sua
língua materna, uma vez que Dalida era descendente de italianos. Ela também
cantou em diversos idiomas, como espanhol, alemão, árabe, grego e japonês, o
que estendeu seu sucesso por todo o mundo.
Iolanda
nasceu em 17 de janeiro de 1933, no bairro de Choubrah, subúrbio do Cairo.
Filha de Pietro e Giuseppina Gigliotti, italianos vindos da Calábria, começou a
ingressar na carreira artística em 1954, quando ganhou o concurso de beleza de
Miss Egito. Naquele ano, ela atuou em alguns filmes do cinema egípcio e, em
dezembro, deixa sua terra natal para tentar a vida de atriz em Paris.
Uma vez na
capital francesa, Iolanda não obtém sucesso no cinema e acaba enveredando pela
arte musical, para qual também apresentava talento. Em 1956, enquanto cantava
no cabaré Villa d’Este, foi descoberta pelo diretor artístico do Teatro
Olympia, Bruno Coquatrix. Através dele, conheceu o produtor musical Eddie
Barclay e o diretor da rádio Europe 1, Lucien Morisse, que a lançaram no
mercado fonográfico. Naquele mesmo ano, já transformada em Dalida, a jovem de
23 anos estourou com o hit Bambino, que se tornou um das músicas mais bem
vendidas todos os tempos na França e lhe rendeu o primeiro disco de ouro a uma
artista feminina na história mundial.
Dalida no final dos anos 1950. Com poucos anos de carreira,
já era consagrada como uma das grandes vedetes da canção francesa.
Após o êxito
inicial, Dalida seguiu arrebatando recorde de vendas de discos com sucessos como
Gondolier, Come Prima, Les Gitans, Les Enfants du Pirée, Ciao Ciao
Bambina e Romantica, cujos álbuns também foram classificados como disco de
ouro. Ela se torna, com apenas dois anos de carreira, uma das grandes vedetes
da França. Na virada para a década de
1960, se rende à febre do estilo iê-iê-iê e emplaca novos sucessos, como Itsi
Bitsi Petit Bikini, Garde-moi la Dernière Danse, Le Petit Gonzales, La Danse de
Zorba e Il Silenzio.
Ao passo que
seu sucesso apenas aumentava, muitas polêmicas cercavam a vida de Dalida. Em
1962, ela se divorcia de Lucien Morisse e se envolve em alguns relacionamentos
amorosos, entre os quais estava o cantor e compositor Luigi Tenco. Este é
classificado como um dos maiores amores da vida de Dalida, que morreu
tragicamente em 1967, após cometer suicídio depois derrota no Festival de San
Remo, na Itália, daquele ano. Consequentemente, Dalida também o suicídio,
chegando a passar cinco dias em coma e um mês afastada da profissão. Em 1968,
no entanto, ela retorna imortalizando novas músicas, como Le Temps de Fleurs e
a principal composição do seu falecido amante, Ciao Amore Ciao. Em 1971, a
cantora descobre que seu ex-marido, Lucien Morisse, também tirou a própria
vida com um revólver.
Na década de
1970, Dalida implementa novas mudanças nas vidas pessoal e profissional. A
cantora rompe suas ligações com a gravadora Barclay e assume uma carreira
independente, guiada pela produção musical do irmão mais velho, Orlando. Nesta
época, ela também muda de direcionamento de sua estilo, abandonando de vez os
resquícios do iê-iê-iê e as músicas extremamente comerciais em prol de canções
com teor reflexivo e um tanto melancólico. Entoando canções como Avec Le Temps, Pour ne Pas Vivre Seul, Il Venait d’avoir 18 ans e Je Suis
Malade, Dalida segue multiplicando seu sucesso, ao mesmo tempo que também consagra
grandes sucessos comerciais, como Gigi L’amoroso e o famoso dueto com Alain
Delon, Paroles Paroles.
No fim dos
anos 70, Dalida inova novamente sendo a primeira cantora francesa a aderir ao
estilo disco. O resultado é um estrondoso sucessos com hits marcantes, nos
quais pode-se destacar Salma Ya Salama – cantado em árabe egípcio –, a versão
francesa de Besame Mucho, a releitura disco de J’attendrai, e Monday Tuesday. Dalida
entra pelos anos 80 com a mesma linha musical, trabalhando sucessos no estilo
oitentista – Gigi in Paradisco, Femme, Mourir Sur Scène – aliado a baladas
românticas – À Ma Manière, Nostalgie, Pour te Dire Je T’aime, entre outras. Em
1981, por ocasião de seus 25 anos de carreira, Dalida recebe, pela primeira vez
na história da música, um disco de diamante.
Após uma
união de nove anos, Dalida rompe, também em 1981, sua relação com Richard
Chanfray, o qual se suicida no mesmo ano. Apesar de alguns relacionamentos
pouco duradouros ao longo dos próximos anos, a cantora parece convencida que
representa um mau agouro para os homens e vivencia, em 1986, uma forte
depressão, provavelmente causada pelo abandono afetivo que sentia. Em 1987,
Dalida tenta novamente o suicídios, vindo a falecer em 3 de maio daquele ano,
na sua casa, em Montmartre, provocada por uma overdose de barbitúricos. Seu corpo
foi sepultado no cemitério local, onde até hoje seu túmulo é visitado por
pessoas do mundo todo.Dalida é até hoje
uma das cantoras francófonas mais lembradas pelos franceses e mais importantes.
Em Montmartre, uma praça entre o cruzamento das ruas Girardon e Abeurvoir foi
rebatizada em 1997 com o nome da cantora.
Ao longo de sua vida, Dalida gravou,
oficialmente, 37 álbuns de estúdio e 3 discos ao vivo, fora os inúmeros
compactos e singles lançados na França e em todo mundo, que a consagraram
também na Itália, na Espanha, na Bélgica, na Suíça, na Alemanha, no Egito, no
Canadá, no Oriente Médio, no Japão, na América do Sul e em muitos outros
lugares. Isso sem falar na infinidade de coletâneas, compiladas antes e depois
de sua morte. Anualmente, Orlando segue divulgando materiais sobre Dalida, como
CDs com novos remixes, relançamentos de álbuns antigos e divulgação de conteúdos
inéditos. Também é possível encontrar no mercado DVDs com videoclipes e shows
realizados por Dalida. O sucesso da cantora também incentivou sua participação
em alguns projetos cinematográficos, que resultaram em 11 filmes.
Dalida nos anos 1980
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