segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Dalida: Um mito da música


Dalida, nome artístico de Iolanda Cristina Gigliotti, posteriormente afrancesado para Yolanda, foi uma cantora e atriz nascida no Cairo, Egito. Viveu na França de 1954 até a data de sua morte, 3 de maio de 1987. Lá, constituiu carreira de cantora e atriz, sendo uma das artistas mais populares naquele país. A maioria de suas músicas foi registrada em francês e em italiano, sendo esta última sua língua materna, uma vez que Dalida era descendente de italianos. Ela também cantou em diversos idiomas, como espanhol, alemão, árabe, grego e japonês, o que estendeu seu sucesso por todo o mundo.

Iolanda nasceu em 17 de janeiro de 1933, no bairro de Choubrah, subúrbio do Cairo. Filha de Pietro e Giuseppina Gigliotti, italianos vindos da Calábria, começou a ingressar na carreira artística em 1954, quando ganhou o concurso de beleza de Miss Egito. Naquele ano, ela atuou em alguns filmes do cinema egípcio e, em dezembro, deixa sua terra natal para tentar a vida de atriz em Paris.

Uma vez na capital francesa, Iolanda não obtém sucesso no cinema e acaba enveredando pela arte musical, para qual também apresentava talento. Em 1956, enquanto cantava no cabaré Villa d’Este, foi descoberta pelo diretor artístico do Teatro Olympia, Bruno Coquatrix. Através dele, conheceu o produtor musical Eddie Barclay e o diretor da rádio Europe 1, Lucien Morisse, que a lançaram no mercado fonográfico. Naquele mesmo ano, já transformada em Dalida, a jovem de 23 anos estourou com o hit Bambino, que se tornou um das músicas mais bem vendidas todos os tempos na França e lhe rendeu o primeiro disco de ouro a uma artista feminina na história mundial.

Dalida no final dos anos 1950. Com poucos anos de carreira,
 já era consagrada como uma das grandes vedetes da canção francesa.

Após o êxito inicial, Dalida seguiu arrebatando recorde de vendas de discos com sucessos como Gondolier, Come Prima, Les Gitans, Les Enfants du Pirée, Ciao Ciao Bambina e Romantica, cujos álbuns também foram classificados como disco de ouro. Ela se torna, com apenas dois anos de carreira, uma das grandes vedetes da França. Na virada para a década de 1960, se rende à febre do estilo iê-iê-iê e emplaca novos sucessos, como Itsi Bitsi Petit Bikini, Garde-moi la Dernière Danse, Le Petit Gonzales, La Danse de Zorba e Il Silenzio.

Ao passo que seu sucesso apenas aumentava, muitas polêmicas cercavam a vida de Dalida. Em 1962, ela se divorcia de Lucien Morisse e se envolve em alguns relacionamentos amorosos, entre os quais estava o cantor e compositor Luigi Tenco. Este é classificado como um dos maiores amores da vida de Dalida, que morreu tragicamente em 1967, após cometer suicídio depois derrota no Festival de San Remo, na Itália, daquele ano. Consequentemente, Dalida também o suicídio, chegando a passar cinco dias em coma e um mês afastada da profissão. Em 1968, no entanto, ela retorna imortalizando novas músicas, como Le Temps de Fleurs e a principal composição do seu falecido amante, Ciao Amore Ciao. Em 1971, a cantora descobre que seu ex-marido, Lucien Morisse, também tirou a própria vida com um revólver.

Na década de 1970, Dalida implementa novas mudanças nas vidas pessoal e profissional. A cantora rompe suas ligações com a gravadora Barclay e assume uma carreira independente, guiada pela produção musical do irmão mais velho, Orlando. Nesta época, ela também muda de direcionamento de sua estilo, abandonando de vez os resquícios do iê-iê-iê e as músicas extremamente comerciais em prol de canções com teor reflexivo e um tanto melancólico. Entoando canções como Avec Le Temps, Pour ne Pas Vivre Seul, Il Venait d’avoir 18 ans e Je Suis Malade, Dalida segue multiplicando seu sucesso, ao mesmo tempo que também consagra grandes sucessos comerciais, como Gigi L’amoroso e o famoso dueto com Alain Delon, Paroles Paroles.

No fim dos anos 70, Dalida inova novamente sendo a primeira cantora francesa a aderir ao estilo disco. O resultado é um estrondoso sucessos com hits marcantes, nos quais pode-se destacar Salma Ya Salama – cantado em árabe egípcio –, a versão francesa de Besame Mucho, a releitura disco de J’attendrai, e Monday Tuesday. Dalida entra pelos anos 80 com a mesma linha musical, trabalhando sucessos no estilo oitentista – Gigi in Paradisco, Femme, Mourir Sur Scène – aliado a baladas românticas – À Ma Manière, Nostalgie, Pour te Dire Je T’aime, entre outras. Em 1981, por ocasião de seus 25 anos de carreira, Dalida recebe, pela primeira vez na história da música, um disco de diamante.

Após uma união de nove anos, Dalida rompe, também em 1981, sua relação com Richard Chanfray, o qual se suicida no mesmo ano. Apesar de alguns relacionamentos pouco duradouros ao longo dos próximos anos, a cantora parece convencida que representa um mau agouro para os homens e vivencia, em 1986, uma forte depressão, provavelmente causada pelo abandono afetivo que sentia. Em 1987, Dalida tenta novamente o suicídios, vindo a falecer em 3 de maio daquele ano, na sua casa, em Montmartre, provocada por uma overdose de barbitúricos. Seu corpo foi sepultado no cemitério local, onde até hoje seu túmulo é visitado por pessoas do mundo todo.Dalida é  até hoje uma das cantoras francófonas mais lembradas pelos franceses e mais importantes. Em Montmartre, uma praça entre o cruzamento das ruas Girardon e Abeurvoir foi rebatizada em 1997 com o nome da cantora.


Dalida nos anos 1980

Ao longo de sua vida, Dalida gravou, oficialmente, 37 álbuns de estúdio e 3 discos ao vivo, fora os inúmeros compactos e singles lançados na França e em todo mundo, que a consagraram também na Itália, na Espanha, na Bélgica, na Suíça, na Alemanha, no Egito, no Canadá, no Oriente Médio, no Japão, na América do Sul e em muitos outros lugares. Isso sem falar na infinidade de coletâneas, compiladas antes e depois de sua morte. Anualmente, Orlando segue divulgando materiais sobre Dalida, como CDs com novos remixes, relançamentos de álbuns antigos e divulgação de conteúdos inéditos. Também é possível encontrar no mercado DVDs com videoclipes e shows realizados por Dalida. O sucesso da cantora também incentivou sua participação em alguns projetos cinematográficos, que resultaram em 11 filmes.

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