sábado, 16 de fevereiro de 2013

L'An 2005 (1969-70)


É chegado o fim dos anos 1960 e os rumos da música começam a mudar. Pouco a pouco, a febre do iê-iê-iê começa a baixar. Dalida segue com algumas canções extremamente comerciais apenas a mando de sua gravadora, a Barclay, como Zoum Zoum Zoum. Em 1969, após o lançamento dos EPs L'anniversaire e Les Violons de Mon Pays, a cantora prepara um EP que chamou a atenção da crítica e do público. A faixa-título, L'An 2005, uma canção futurista que abordava a vida na terra no ano de 2005, foi um sucesso. Junto a ela estavam Naké Di, Naké Dou, uma das últimas músicas pop chiclete gravadas por Dalida - a música, que era detestada pela própria cantora, era tão fraca que nem chegou a ser compilada na coletânea Les Années Barclay -, Les Anges Noirs, que apareceu pela primeira vez em um EP, e Ma Mère me Disait,  uma balada de sucesso que se tornou a faixa-título do LP daquele ano. Ainda em 1969, foi lançado o EP Le Clan des Siciliens, no qual se destacaram as baladas - Les Couleurs de L'Amour, Ballade à Temps Perdu e, especialmente, Deux Colombes, que é cantada parte em francês e em italiano.

E falando na Itália, as canções em italiano seguiam sendo produzidas a todo vapor. L'An 2005 foi versionada para Nel 2023, assim como La Sable de L'amour, que se transformou em Stelle di Cielo, Stelle di Mare. Outras canções inéditas também foram lançadas, como Ci Sono Fiori, Oh Lady Mary e La Mia Vita è Una Giostra. Na Itália, todas tiveram bom reconhecimento, contudo poucas delas integraram o álbum em italiano que saiu naquele ano, Dalida Canta in Italiano. O disco reuniu se constituiu de grandes sucessos - como Dan Dan Dan e L'Ultimo Valzer -, adicionados a poucas novas canções, a exemplo de uma versão em espanhol de Zoum Zoum ZoumLa Speranza è Una Stanza, La Promesse d'Amore e Casatchok. Esta última, que era a versão italiana da alemã Petruschka, também gravada por Dalida, não foi compilada em nenhuma coletânea oficial de discografia da cantora. Na Alemanha, o hit recebeu certificado de disco de ouro. As produções em alemão na época também era usuais, como o lançamento do sucesso Spiel Balalaika.

Ma Mère me Disait: balada melancólica foi sucesso em 1969
e deu nome ao LP da época

Dalida canta L'An 2005, em 1969

Durante 1969 apenas o LP Ma Mère me Disait foi editado por Dalida. O álbum, como de costume, reunia os grandes sucessos daquele ano e algumas inéditas, que neste caso, só incluiu Pars, que não havia entrado em nenhum LP antes. No setlist também foi incluída a versão de La Vie en Rose gravada por Dalida em 1965. O referido disco foi o último realizado nos moldes sessentistas de produção fonográfica, no qual se privilegiavam os EPs. As canções de maior destaque eram compiladas nos Long Plays, que funcionavam basicamente como uma coletânea de grandes sucessos. A partir de 1970, o disco passou a ser encarado como um trabalho artístico real, para o qual as músicas eram preparados com ineditismo. Aos compactos restavam a missão de promover os singles, canções de maior destaque que eram mais trabalhadas/tocadas pelo artistas. Atualmente, os singles recebem videoclipes, versões remixes ou alternativas, capas promocionais, entre outros. A ideia é tornar a música de destaque ainda mais comercial e, consequentemente, promover o álbum de estúdio - na época, o LP.

LP Ma Mère me Disait



Portanto, nos primeiros meses de 1970, foi produzido o último EP de Dalida. Intitulado Hey Love, música de destaque, o 45 rotações também trouxe baladas produtivas, como Avant de Te Connaître e a versão letrada em francês da clássica Concerto Pour Une Voix, de Saint Preux. No compacto ainda constava Tipitipiti, a última música no estilo iê-iê-iê lançada por Dalida - que, por ser de baixa qualidade, também não foi incluída nas coletâneas oficiais. De forma geral, os trabalhos nesse biênio não foram tão comerciais e não receberam grandes honrarias na França. No entanto, na Itália Dalida recebeu prêmio MIDEM pela maior venda de discos no país. Já em Luxemburgo, a cantora ganhou o Oscar Radio Hit Parade. Quanto a certificados de disco de ouro, apenas Petruschka obteve o prêmio, sendo que na Alemanha.

Canções como Oh Lady Mary ainda eram apostas
de Dalida para conquistar o público italiano


Com fraca produção de hits chicletes e naufrágio do iê-iê-iê,
Dalida fez ainda mais sucessos com baladas como Concerto Pour Une Voix

Após dois anos de sua tentativa de suicídio, a artista embarca numa onda espiritual que a leva até o oriente. A cantora viaja várias vezes à Índia, onde conhece princípios do hinduísmo e do budismo. Nesta aventura pelo esclarecimento, o filósofo Arnaud Desjardins foi o seu guia e companheiro, com quem Dalida teve um breve relacionamento. Mais espiritualizada, ela repensa sua vida, suas atitudes e condutas. Tentando se manter bem consigo mesma, concentrada na sua espiritualidade e no seu trabalho, a morte ainda insistia em causar turbilhões na cabeça de Dalida. Em 1970, a cantora recebe a notícia que seu antigo companheiro Lucien Morisse havia cometido suicídio. O produtor musical havia se matado dentro do antigo apartamento em que viveram juntos, na Rua Ankara, em Paris. O fato deixou Dalida ainda mais reflexiva sobre a efemeridade da vida e sobre seus propósitos. Por uns tempos, chega a pensar a encerrar sua carreira.

No entanto, ela segue adiante, mas de uma forma diferente: ela rompe com a Barclay, sua gravadora, com a qual trabalhava há quase 15 anos. Seu irmão mais novo, Bruno Gigliotti, que agora assume o pseudônimo de Orlando, se oferece para trabalhar na produção musical da carreira da irmã. Deste acordo nasce o selo musical Orlando International Shows, que tem como primeira artista lançada no mercado a já veterana Dalida. A parceria resulta em trabalhos mais maduros e densos, com temática mais adulta e contemporânea, completamente diferente da década passada. O resultado culmina na realização do disco Ils Ont Changé Ma Chanson, Ma, que se torna um sucesso. (Para conhecer mais sobre o álbum, consultar a postagem La Rose Qui J'aimais).

Hit Hey Love constituiu o último EP de Dalida gravado na Barclay

Arnaud Desjardins e Dalida: envolvimento amoroso resultou
em aprofundamento espiritual e filosófico da cantora

Portanto, em meados de 1970 terminam as produções de Dalida junto a Barclay, cujos trabalhos são reunidos no volume 10 da coleção Les Années Barclay, intitulada L'An 2005. No disco estão inclusas todas as canções de 1969 e início de 1970, de Les Anges Noirs até o EP Hey Love. No CD também estão inclusas músicas produzidas pela Barclay mas que não foram lançadas em LPs ou EPs. São seis canções inéditas, incluindo Le Bonheur Vient de Me Dire Bonjour, do filme Parle-Moi d'Amour, de 1961, a Histoire d'Aimer, um single lançado por Dalida em 1976 que teve distribuição feita através da Barclay.

Aqui nesta postagem é possível conferir o 5º volume da coletânea Italia Mia. Como já foi dito em outro post, a coletânea não apresenta a mesma linearidade temporal das Les Années Barclay e Les Années Orlando, pois os discos reúnem canções de diferentes épocas. O volume 5, intitulado Strada dei Sogni, mostra as últimas músicas em italiano gravadas por Dalida nos 1960 e algumas da década seguinte. Os últimos dois discos da compilação abrangem apenas dos anos 1970. Além de pecar na falta de organização, a coletânea também deixou muito material gravado por Dalida de fora. Não se sabe o motivo exato, mas é possível que as músicas não tenham saído do agrado da cantora, sendo por isso descartadas das coletâneas.

No fim da postagem, você também confere uma lista de canções em francês e em italiano que não fazem parte de nenhuma compilação, tais como Naké-di, Naké-dou, Tipitipiti, L'Acqua Viva, além de algumas pérolas como a versão de Entrez Sans Frapper em italiano, Entrate Amici Miei, e de Non, Je Ne Regrette Rien, de Edith Piaf, entoada por Dalida como No Dico No.


1. Le Sable de L'amour (L'ora Dell'Amore)
2. Et Pourtant J'ai Froid (Ma Che Freddo Fa)
3. L'An 2005 (In The Year 2525)
4. Les Anges Noirs (Angelitos Negros)
5. Ma Mère me Disait
6. Deux Colombes
7. Les Couleurs de L'amour (Colour of My Love)
8. Ballade à Temps Perdu
9. Le Clan des Siciliens
10. Concerto Pour Une Voix (Chaque Nuit)
11. Avant de Te Connaître
12. Hey Love
13. Histoire d'Aimer (Mister Love)
14. Le Bonheur Vient de Me Dire Bonjour (Ho Trovato la Felicità)
15. Sa Grande Passion (His Lastest Flame)
16. J'ai Ta Main
17. Je Te Perds
18. Va Plus Loin que La Temps
19. Ton Âme


1. La Prima Cosa Bella (Si C'était à Refaire) (1970)
2. Loro (Eux) (1963)
3. Va, Tu Sei Libero (Je Ne Sais Plus) (1962)
4. Remember (Em Italiano) (1977)
5. Comprami un Juke Box (Achète-moi un Juke-Box) (1961)
6. Non Giocarti Dell'Amore (Ne Joue Pas) (1959)
7. La Strada Dei Sogni (1962)
8. Uomo Vivo (Je Me Sens Vivre) (1961)
9. Quando Dormirai (Quand Tu Dors Près de Moi) (1961)
10. Non Mi Dire Chi Sei  (Reste Encore Avec Moi) (1961)
11. Nel 2023 (L'An 2005) (1969)
12. Ponderoso Signore (Protégez-moi, Seigneur) (1961)
13. Non Ti Pentire Mai (1965)
14. Non lo Sai (Tu Ne Sais Pas) (1961)
15. Pepe (Em Italiano) (1961)
16. Il Colore Dell'Amore (Les Couleurs de L'amour) (1969)
17. El Cordobés Manuel Benítez (Em Italiano) (1966) 


Canções inéditas dos anos 1960
Forse è sogno per me (Do filme "Une Verre et une cigarrette) - 1955
Piove (Ciao Ciao Bambina) - 1959
L'acqua Viva - 1960
Marie Marie (Em Italiano) - 1960
Dolce Musica (Mélodie Perdue) - 1961
Gli Inesorabile - 1961
No Dico No (Non, Je ne Regrette Rien) - 1961
Piccolo Elefante (Petit Éléphant Twist) - 1962
Twistin' the Twist (Em Italiano) - 1962
Questa è la Mia Terra (Ce Coin de Terre) - 1963
El Cordobés (Em Italiano) - 1966
Cuore Matto (Mon Coeur est Fou) - 1967
Entrate Amici Miei (Entrez Sans Frapper) - 1968
Naké di, Naké dou - 1969
Tipitipiti - 1969
Casatchok (Petruschka em Italiano) - 1969
Voglio que Nessuno Sappia Mai - 1969
Il Colore dell'Amore (Les Couleurs de L'amour) - 1969
Stelle di Cielo, Stelle di Mare (La Sable de L'amour) - 1969

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Le Temps des Fleurs (1967-69)

O ano de 1967 terminava e Dalida tocava sua vida adiante. Ao mesmo tempo em que obtinha cada vez mais sucesso na profissão, a vida pessoal não estava tão bem assim. Depois da morte de Luigi Tenco, em janeiro de 1967, e de sua tentativa de suicídio um mês depois, a a cantora ficou fragilizada e tentava fechar a ferida de uma vez por todas. Em tentativas frustradas, engatava relacionamentos amorosos efêmeros, que acabavam por não satisfazê-la. Em dezembro de 1967, Dalida se envolve com um jovem estudante romano de quem acaba engravidando. Ela vai à Itália para tentar um aborto - uma vez que a operação era proibida na França - e, diante do procedimento, acaba se tornando estéril. O fato a marcou profundamente, uma vez que não mais poderia ter filhos, o que seria mais um desgosto na vida da artista. Não se sabe se essa história, que é contada no filme biográfico da vida de Dalida, é real. Há indícios que a cantora tenha realizado outros procedimentos do gênero, como na época em que estava casada com Lucien Morisse. A provável repetição recorrente de métodos abortivos pode ter sido a verdadeira razão de Dalida ter se tornado estéril.

Para fugir dos problemas, Dalida entrava de cabeça no trabalho. Depois do sucesso do disco Piccolo Ragazzo, em 1967, o primeiro trabalho de 1968 foi lançado na Itália. Depois de alguns compactos com canções italianas, a cantora lançou o LP Un Po d'Amore. Além de faixas inéditas, como a faixa-título, Aranjuez La Tua VoceDan Dan Dan e L'Ultimo Valzer - as duas últimas fizeram sucesso no filme Io, Ti Amo (Eu, Te Amo), do qual Dalida foi protagonista - o álbum também trazia reprises de sucessos franceses, como Entrate Amici Miei (Entrez Sans Frapper), Son Tornata da Te (Je Reviens te Chercher) e Mama. O disco teve destaque, em especial a faixa L'Ultimo Valzer - versão italiana de La Dernière Valse, de Mireille Mathieu -, que recebeu certificado de disco de ouro na Itália. Já Dan Dan Dan foi a música que Dalida escolheu para apresentar na edição de 1967 do festival televisivo de música italiana Canzoníssima. A música lhe rendeu o primeiro lugar no campeonato e acabou se tornando uma de suas canções mais populares na Itália. A partir daquele ano até 1971, Dalida seria uma figura frequente nos festivais italianos de televisão.

Dan Dan Dan: canção vencedora do festival Canzoníssima 1967
é uma das mais conhecidas de Dalida na Itália

Dalida interpreta Aranjuez La Tua Voce, versão italiana do 
clássico instrumental Canção de Aranjuez


Enquanto isso, na França, Dalida gravou o EP Si J'avais des Millions. A faixa-título era uma adaptação francesa da canção If I Were a Rich Man, do musical Um Violinista no Telhado, que estreou na Broadway em 1964. O outro single do compacto foi Tzigane, mais um título inspirado nas influências ciganas. Aliás, essa influência ficou bastante evidente em 1968. No 45 rotações seguinte a música de destaque que deu nome ao disco foi Pars, uma canção bastante orquestrada e com um toque sombrio. No compacto, mais uma música no mesmo estilo, Dans la Ville Endormie, e o hit italiano de Patty Pravo, La Bambola, versionado para o francês. No final da década de 1960 e início de 70, Dalida e Patty Pravo eram cantoras que se correspondiam bastante. Por vezes, as duas  gravavam as mesmas canções, mas em idiomas e em versões diferentes.

Si J'avais des Millions ao vivo no Palmarès des Chansons, em 1968:
canção ao estilo iê-iê-iê ainda era aposta comercial da Barclay para Dalida

O EP seguinte, que foi o último lançado naquele ano, realmente dispensou trabalhos posteriores. Nele continha o hit Le Temps des Fleurs, versão para Those Were the Days, canção gravada pela britânica Mary Hopkins. A música era uma adaptação de uma canção cigana russa da década de 1920. Em 1968, Paul McCartney produziu uma nova roupagem para a música, que se popularizou no ocidente na voz de Mary Hopkins. Quase que instantaneamente uma versão francesa foi feita para Dalida e caiu à cantora como uma luva. Àquela época, Dalida já era considerada uma cantora global, capacitada a entoar músicas de vários lugares do mundo. A versão fez enorme sucesso e, como de costume, o seu disco foi certificado como disco de ouro.

Em TV francesa, Dalida interpreta Le Temps des Fleurs,
o grande sucesso de 1968 e um dos maiores de sua carreira

Ao lado de Le Temps des Fleurs, que também foi gravada em italiano (Quelli Erano Giorni) e em alemão (Am Jenem Tag), estavam as melancólicas Je M'endors Dans te Bras e Le Septième Jour, além do título Le Petit Perroquet, que ainda mantinha viva a ligação de Dalida ao movimento iê-iê-iê. Ainda que, particularmente, não fossem de seu gosto, as músicas desse gênero continuavam fazendo parte do trabalho artístico de Dalida, já que a sua gravadora fazia exigências quanto a comercilidade de seu trabalho, o que a impossibilitava de lançar apenas aquilo o que queria. O resultado musical culminou no LP Le Temps de Fleurs, com canções reunidas de compactos, como de costume, e três inéditas: Manuella, Tire L'aiguille e Les Anges Noirs, que apenas foi editada em compacto no formato single. No final dos anos 1960, o mercado fonográfico apresentava já algumas mudanças. O formato EP perdia força de venda para o LP e se tornava um símbolo promocional das canções de sucesso. Essa mudança seria definitiva para os músicos de todo mundo na década de 1970.


Capa do LP Le Temps des Fleurs

De forma geral, 1968 foi um bastante positivo para Dalida. Além dos discos de ouro e do troféu Canzoníssima, a cantora ganhou honrarias importantes. Na França, foi eleita madrinha das crianças de Montmartre - bairro no qual residiu por quase toda a vida -, recebeu a medalha municipal de Paris e ganhou, do presidente Charles de Gaulle, a Medalha da Presidência da República, uma distinção inédita na história da França, sendo Dalida a única a recebê-la desde então. Ainda em 1968, Dalida veio ao Brasil a trabalho, ajudando a divulgar o LP Le Temps de Fleurs, que foi editado por aqui no ano seguinte.

Dalida em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, em 1968

O sucesso também foi obtido além da música, atingindo também o cinema. Em 1968, Dalida encenou dois filmes, sendo um como ela mesma - uma participação em um documentário que falava sobre os jogos olímpicos de Grenoble, na França - e a ficção Io, Ti Amo (Eu, Te Amo). No filme, ao lado de Alberto Lupo, Dalida interpreta Judy, uma aeromoça que se apaixona por um artista plástico. O casal resolve então tirar uma semana para viajarem juntos por belas paisagens da Itália. A trilha sonora do filme é pontuada por grandes sucessos de Dalida, como Dan Dan Dan e L'ultimo Valzer.

Ao som de L'ultimo Valzer, Dalida e Alberto Lupo são
Judy e o príncipe Tancredi no filme Eu, Te Amo

Depois do sucesso de Le Temps des Fleurs, Dalida só retomou as investidas na música em 1969, quando lançou o compacto L'anniversaire. A canção de amor não obteve tanto êxito em relação a Zoum Zoum Zoum, música contida naquele mesmo 45 rotações. Pouco a pouco, o estilo de Dalida mudava, a começar pelo visual. No final dos anos 1960, Dalida passou a usar vestidos longos e batas, o que já refletia a moda da década seguinte. Foi o que se pôde constatar na capa do EP seguinte, Les Violons de Mon Pays. O compacto não obteve tanto êxito, mas antecedeu o disco que continha o grande sucesso de 1969, L'an 2005.

No penúltimo disco da compilação Les Années Barclay, que é o 9º volume da coleção, constam duas canções de fins de 1967, todas as músicas de 1968 (exceto Les Anges Noirs, que está no 10º disco da coletânea), e os títulos dos dois primeiros EPs de 1969. Confira a lista do CD, que foi nomeado por Le Temps des Fleurs, canção de destaque desse meio tempo.

Nesta postagem também consta os segundo e terceiro volumes da coleção Italia Mia, que apresentam os discos Pensiamoci Ogni Sera e Quelli Erano Giorni. A primeira foi um grande sucesso em italiano lançado por Dalida em 1965 (Para ver mais sobre a canção e seu disco, consultar a postagem La Danse de Zorba). No álbum constam, essencialmente, hits importantes entre 1966 e 1968, como Dan Dan Dan, L'Ultimo Valzer, Un Po d'Amore, Bang Bang, entre outras. As canções fora desse tempo são La Danza di Zorba (versão italiana do sirtaki francês de Dalida), de 1965, e Oh Lady Mary e Ci Sono Fiori, canções lançadas entre 1969 e 1970. (Mais informações sobre os dois títulos na postagem L'An 2005). Já no disco Quelli Erano Giorni, além da faixa título, versão italiana de Le Temps de Fleurs, também estão presentes músicas entre 1965 e 1968, com exceção de La Mia Vita è Una Giostra (1970), La Nostra Bimba (1970) Il Venditore di Felicità (1960), Harlem Spagnolo - versão de Nuits d'Espagne (1961) -, Dolce Musica - Mélodie Perdue, de 1958, versionada para italiano - e uma versão italiana para Et Maintenant, de Gilbert Bécaud, gravada em 1962, intitulada Senza di Te.



1. Entrez Sans Frapper
2. Toi, Mon Amour
3. Si J'avais des Millions (If I Were a Rich Man)
4. Tout le Monde a Sa Chanson d'Amour
5. Tzigane (Zigeunerjung)
6. Tout le Monde Sait (Everybody Knows)
7. Pars
8. Dans la Ville Endormie (My Year is a Day)
9. La Petite Maison Bleue (Casa Bianca)
10. La Bambola
11. Le Temps des Fleurs (Those Were the Days / Dorogoi dlinnoyu)
12. Je M'endors Dans tes Bras (Per Lui)
13. Septième Jour
14. Petit Perroquet
15. Je me Repose
16. Quelques Larmes de Pluie (Rain and Tears)
17. Manuella (Viva la Quince Brigada)
18. Tire L'aiguille
19. L'anniversaire
20. Sèche Vite Tes Larmes (Schade Um Die Tranen)
21. Zoum Zoum Zoum 
22. Dis-moi des Mots
23. Les Violons de Mon Pays
24. Le Vent n'a Pas de Memoire


1. Aranjuez la Tua Voce (Concierto de Aranjuez) (1967)
2. Un Po d'Amore (Noches de Satén Blanco) (1968)
3. Dan Dan Dan (1967/68)
4. L'Ultimo Valzer (La Dernière Danse) (1968)
5. Cominciamo ad Amarci (1967)
6. Ciao Amore Ciao (Em Italiano) (1967)
7. Amo l'Amore (1968)
8. Pensiamoci Ogni Sera (1965/66)
9. Bang Bang (1966)
10. La Danza di Zorba (La Danse de Zorba) (1965)
11. Mama (Em Italiano) (1967)
12. Oh Lady Mary (1969/70)
13. Ci Sono Fiori (1969/70)
14. Son Tornata da Te (Je Reviens Te Chercher) (1968)


1. Quelli Erano Giorni (Le Temps des Fleurs) (1968)
2. La Mia Vita è Una Giostra (1970)
3. Lacrime e Pioggia (Quelques Larmes de Pluie) (1968)
4. L'Aquilone (Dans la Ville Endormie) (1968)
5. Harlem Spagnolo (Nuits d'Espagne) (1961)
6. Il Venditore di Felicità (1960)
7. Dolce Musica (Mélodie Perdue) (1958)
8. Ascoltami (1965)
9. Devo Imparare (1965)
10. Senza di Te (Et Maintenant) (1962)
11. La Speranza è Una Stanza (1968)
12. Il Mio Male Sei (1966)
13. Piccolo Ragazzo (Petit Homme) (1967)
14. Le Flamenco (Em Italiano) (1966)
15. La Nostra Bimba (1970)