sábado, 29 de junho de 2013

Laissez-Moi Danser (1979-80)

Depois de anunciada rainha da disco music da França, Dalida declara seu amor pelo Egito e cai de vez no mundo da dança. Grandes sucessos de sua carreira são editados em pot-pourri dançantes, que fazem sucesso em toda Europa, Oriente Médio e Américas do Norte e do Sul. Em 1979, ela lança uma de seus maiores hits - Laissez-Moi Danser (Monday Tuesday). A canção fica em primeiro lugar nas paradas de diversos países, alcançando sucesso semelhante ao de Génération 78. Após o sucesso do disco homônimo - composto apenas por três canções -, Dalida lançou alguns singles independentes - chegaram ao público Lambeth Walk (sucesso de musical lançado em inglês e em francês), Helwa ya Baladi (canção original em árabe lançada por Dalida, escrita por Jeff Barnel) e Problemorama (novo dueto com Bruno Guillain).

Todas esses títulos foram acrescidos no LP Dédié à Toi, lançado ainda em 1979. O lançamento do álbum acompanhou a divulgação do quarto single de trabalho do ano, que foi o grande hit até então. Levados pela onda da disco music, Orlando e Dalida aceitam uma melodia composta por Toto Cutugno, letrada por Pièrre Delanoé. A cantora canta o tema central sobre o coro de homens - inspirado por YMCA, do grupo Village People - que entoam uma melodia em inglês de Jeff Barnel. Assim foi criada Laissez-Moi Danser, também conhecida por Monday Tuesday. Canção fez maior sucesso principalmente pelas apresentações, na qual Dali dançava ao lado de quatro dançarinos irreverentes. Canção, que ganhou disco de platina, também fez a entrada da artista no estilo musical dos anos 1980. O hit também ganhou versão totalmente em inglês para comercialização dentro e fora da frança; a canção foi intitulada como Let Me Dance Tonight. O êxito nas rádios e nas TVs fez também com que a música fosse lançada em modalidades longa e curta, em diversos compactos; num deles foi divulgada uma faixa inédita de pouca relevância, Comme Toi.



Laissez-Moi Danser (Monday Tuesday): grande sucesso de Dalida em 1979


Além dos singles já mencionados, também compunham músicas de destaque. Entre elas, duas reprises de sucessos antigos - as baladas Quand On a Que L'amour, de Jacques Brel, e Vedrai Vedrai, de Luigi Tenco. Esta última se tornou b-side do single Monday Tuesday, e foi a primeira vez em 12 anos que Dalida regravava uma canção de Luigi Tenco; ela não o fazia desde o ano da morte do compositor, em 1967.

Já no verso do single Problemorama, uma balada inédita: a faixa Depuis Qu'il Vient Chez Nous, na qual Dalida incorpora o papel de uma mulher que descobre a homossexualidade do seu marido. A abordagem aberta a relações homoafetivas não eram novidades: ela já havia tocado no tema em Pour Ne Pas Vivre Seul, em 1972. A franqueza ao falar do tema mostra que a cantora sempre foi uma defensora da igualdade entre héteros e homossexuais, sendo, portanto, muito querida por ambos público. A partir dos 1970, os gays passam a adotá-la como uma espécie de diva; o movimento se intensifica com a chegada da década de 80, de forma que Dalida serviu de inspiração para muitos transsexuais por seu visual elegante - por vezes extravagante - e extremamente feminino.

Dalida é só glamour na capa do LP Dédié à Toi

E não é só a aparência de Dalida que mudava. Agora, os palcos em que a artista pisava, seja em casas de espetáculo ou em programas de TV, eram muito bem produzidos, com iluminação e decoração temáticas, além de dançarinos e vestes inusitadas, que se moviam sempre de forma muito bem coreografadas. Em Monday Tuesday, Dalida dançava sempre acompanhada de quatro dançarinos. Outra canção de destaque foi Comme Disait Mistinguett. Composta por Jean-Jacques Debout em homenagem a Dalida, tema autobiográfico fala de forma bem humorada sobre especificidades da vida da cantora, citando características do seu jeito de ser e particularidades como amizades, relações com o mundo da música, com a família, entre outras. A canção faz referência clara a Sarah Bernard, atriz-cantora francesa do final do século 19, e, no título da música, a também comediènne Mistinguett, que obteve renome na França entre 1920 e 30. Para as apresentações, Dalida vestia uma longa capa cor-de-rosa, que escondia, por vezes, a cantora vestida em um sexy colã preto enfeitado de brilhantes. Sucesso lhe rendeu boas vendas e mais um disco de ouro na França.

Dalida apresenta Comme Disait Mistinguett no programa francês Numero 1, em 1980

Dalida entra no clima tropical em Il Faut Danser Reggae

Esta última composição é lançada como single juntamente à faixa Il Faut Danser Reggae, que foi incluída no disco da cantora lançado no ano seguinte. Na virada para 1980, Dalida lança o LP Gigi in Paradisco, que traz faixas de muito sucesso. Além dos dois títulos citados, o segundo single do álbum, que incluía a canção Je Suis Toutes les Femmes - que explorava ainda mais a feminilidade da cantora - e a faixa-título - uma continuação da célebre canção Gigi L'amoroso. O disco ainda incluía duas faixas em inglês, retiradas de famosos musicais: Money Money - retirada do musical Cabaret, de 1972, estrelado por Liza Minelli - e Alabama Song - obra musical lançada em 1927 que compôs a peça Hauspostille e, em 1930, figurou na ópera A Ascenção e a Queda da Cidade de Mahoganny. O tema ganhou fama popular em 1967, quando o grupo The Doors o regravou a sua maneira. No mais, o disco reeditou a faixa Comme Disait Mistinguett, totalizando seis faixas. O pouco número de músicas incluídas se deve à duração de Gigi In Paradisco; se a primeira parte da história já continua sete minutos, a continuação gira em torno dos treze, fazendo jus à nova modalidade de músicas de Dalida, feitas no estilo disco music remixado.

LP lançado por Dalida em 1980

Versão reduzida de Gigi Paradisco, elaborada para programas de TV.
Sucesso arrebatou disco de ouro para Dalida.



O referido álbum foi lançado pouco tempo antes de um grande espetáculo que foi apresentado na casa francesa Palais des Sports. Dalida era a primeira mulher a realizar show no local; o espetáculo se tornou um dos mais emblemáticos de sua carreira, corando-a como a rainha definitiva do disco music da França.

O show no Palais des Sports foi, sem dúvidas, uma grande produção. A coreografia levou três meses para ser preparada e ensaiada; para coordená-la, Dalida e Orlando convidaram Lester Wilson, coreógrafo que produziu os números do filme Embalos de Sábado à Noite, com John Travolta. O show ainda incluía doze trocas de roupa de Dalida, sempre acompanhada ao palco por onze dançarinos. Ao todo, foram 18 dias de apresentação, todos com ingressos esgotados.


Alabama Song: Dalida revive antigas canções de musicais
através de novas roupagens

Apesar do novo estilo, mais dançante, Dalida não abandona suas raízes
e homenageia seu ex-amor Luigi Tenco, regravando Vedrai Vedrai

O espetáculo no Palais de Sports, além de consagrar Dalida, serviu para divulgar ainda mais seu trabalho. Então com 47 anos, a cantora mostrava que estava em plena forma e que, mais uma vez, havia se reinventado com êxito. O áudio do show foi editado no mesmo ano em um álbum duplo, intitulado com o nome do espetáculo. Os dois LPs contemplam quase todo o repertório do show, com exceção de poucas músicas que ficaram de fora. No entanto, 20 canções são contempladas nesse trabalho.



Sequência de fotos mostra Dalida no palco do Palais des Sports, em 1980


Após muito tempo tranquila com as questões amorosas, Dalida começa a enfrentar algumas turbulências. Apesar do sucesso na profissão, a cantora não vinha enfrentando bons momentos junto ao companheiro, Richard Chanfray. Ao longo da década de 1970, o casal passando por problemas, principalmente por causa do Conde de Saint Germain. Na verdade, desde que haviam se conhecido, Dalida havia ignorado alguns comportamentos inadequados do seu amor, como, por exemplo, dormir com um revólver por debaixo do travesseiro. Um tanto violento e muito ciumento, Chanfray já havia inclusive passado um ano na prisão e pagou uma prisão de 500 mil francos após ter encontrado um homem nu dentro na cozinha da casa de Dalida. O rapaz, na verdade, era o namorado da empregada da cantora.

Ainda que fosse muito possessivo, gênio do cantor foi domado por Dalida ao longo dos anos. Contudo, no início dos anos 1980 ele piorou consideravelmente: passou a beber muito, dava ataques de ciúme em público e até dava em cima de outras mulheres, inclusive de dançarinas de sua esposa. Essas cenas são retratadas no filme biográfico da vida de Dalida. Pouco a pouco, situações vexatórias como essas levariam a relação a ir se deteriorando até o seu término, em 1981.

A quase integralidade dos discos Dédié à Toi e Gigi in Paradisco foram compilados no volume 7 da coletânea Les Années Orlando, que leva o nome da música de maior destaque do biênio 1979-80, que foi Laissez-Moi Danser. Na compilação, o restante de Dédié à Toi é contemplado - 6 faixas; os singles que foram lançados antes do LP, no final de 1978 e início de 79, foram deslocados para o volume 6 da coletânea. A única exceção é a faixa Quand On a Que L'amour, que foi transferida ao CD número 8. Esta compilação ainda trás o pot-pourri disco Ça Me Fait Rêver, de 1978, que não havia sido incluído em nenhum álbum do box anteriormente. Quando ao LP Gigi In Paradisco, apenas Il Faut Danser Reggae não consta nessa edição, pois foi compilada também no volume 6 - Salma Ya Salama. Antecipando os trabalhos de 1981, este volume da coletânea antecipa um sucesso de Dalida daquele ano: Chanteur des Années 80.

Confira ainda nesta postagem o disco Dalida au Palais des Sports, terceiro disco ao vivo lançado pela cantora em vida. O álbum duplo foi editado em um único volume com as 20 faixas do espetáculo. Além dos sucessos dançantes de Dalida, disco inclui sucessos de sua carreira, como Avec le Temps, Je Suis Malade e Il Venait d'Avoir 18 Ans. Uma faixa em especial mostra um número cênico bem humorado em uma espécie de bastidor do show, no qual Dalida fala sobre a loucura do novo modelo de showbis.


1. Ça Me Fait Rêver (Com Bruno Guillain)
2. Je Suis Toutes les Femmes
3. Laissez-Moi Danser (Monday Tuesday)
4. Chanteur des Années 80
5. Problemorama (L'argent, L'argent) (Com Bruno Guillain)
6. Comme Disait Mistinguett
7. Depuis Qu'il Vient Chez Nous
8. Dédié à Toi
9. Alabama Song
10. Va, Va, Va
11. Comme Toi
12. Money, Money (For the Love of Money)
13. Gigi in Paradisco


1. Introdution Musicale - In the Stone
2. Je Suis Toutes les Femmes
3. Pour Ne Pas Vivre Seul
4. Le Lambeth Walk
5. Comme Disait Mistinguett
6. Alabama Song
7. La Vie en Rose
8. Quand On a Que L'amour
9. Sketch - Le Paravent de Dalida
10. Il Faut Danser Reggae
11. Gigi L'amoroso 
12. Gigi in Paradisco
13. Mon Frère le Soleil
14. Avec le Temps
15. Salma Ya Salama (Em árabe)
16. Laissez-Moi Danser (Monday Tuesday)
17. Money, Money (For the Love of Money)
18. Il Venait d'Avoir 18 Ans
19. Je Suis Malade
20. Ça Me Fait Rêver

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Salma Ya Salama (1977-79)

Mais à frente dos hit parades da França e da Europa, Dalida, agora vestida em belíssimos vestidos, com direito a bordados e paetês, disseminava cada vez mais sua fama. No ano em que completava 20 anos de carreira, a cantora caprichou no visual e no estilo musical: ela foi a primeira artista francófona a aderir ao movimento disco music. O gênero ainda somava-se a suas canções de costume, com requintes da música italiana, além do componente dramático, que tornavam seus shows não apenas musicais, mas também cada vez mais cênicos. 

Essa composição, única e poderosa, fazia de Dalida uma artista muito querida pelo público. Ela também seguia cantando canções em outros idiomas, principalmente o italiano, sua língua materna, além de alemão. Contudo, em 1977, a artista vai ainda mais longe. Depois de muitos anos vivendo na França, Dalida faz uma viagem nostálgica ao seu país natal, o Egito. Ela visita as famosas pirâmides de Gizé, a Esfinge, e passeia pela capital, Cairo; na ocasião, ela revisita o bairro em que viveu durante a infância, Shoubra, incluindo a casa em que morou com seus familiares. A emocionante visita foi toda filmada e se tornou um documentário autobiográfico de Dalida, intitulado Dalida: Pour Toujours

O documentário é pontuado por canções e depoimentos da cantora, o que o torna uma testemunho único sobre a vida da cantora fora dos palcos, mostrando a realidade dos bastidores. A obra também contempla momentos da cantora na sua residência, em Montmartre, e também em sua casa de veraneio, na Ilha de Córsega. A trilha sonora do longa foi editado em LP e lançado no mercado ainda em 1977. No entanto, a maior surpresa em consequência do filme ainda estava por vir. Depois de sua ida ao Cairo, Dalida sente-se mais conectada à cultura daquele país, aflorando-lhe a vontade de explorá-la. Sob conselhos de seu irmão Orlando, a cantora prepara e lança, ainda em 1977, um novo disco dentro do estilo com o que já vinha trabalhando, somando-lhe apenas a cultura oriental.

Dalida Pour Toujours: documentário sobre a vida da cantora pode
ser conferido na íntegra no You Tube. Confira a primeira parte.

A canção Salma Ya Salama, composição egípcia feita em 1919 para uma peça teatral, foi alvo da aposta dos irmãos Gigliotti. A música traz como tema justamente a saudade do poeta de sua terra natal, sentimento aportado a Dalida depois de sua viagem ao Egito. O título foi gravado, a princípio, em árabe e depois em francês. As duas versões foram editadas no álbum homônimo, lançado em fins de 1977. Salma Ya Salama foi bem aceita pelo público francês e consagrou Dalida como uma diva da música dançante, deixando para trás o seu estilo melancólico do início da década de 1970. Sua fama no Egito foi reavivada, e a canção se tornou a primeira obra do gênero musical Raï a se tornar sucesso mundial, sendo gravado também em outras três línguas: italiano, alemão e espanhol. O sucesso bilíngue rendeu discos de ouro no Egito e na França, além de uma medalha de honra egípcia dada pelo governo à cantora.

Cada vez mais dançante, Dalida reassume sua origem egípcia com Salma Ya Salma

Capa do LP Salma Ya Salma

Além da canção oriental, o disco trouxe outros títulos disco - como Tu M'as Declaré L'amour e Quand S'arrêtent les Violons - e baladas românticas - a exemplo de Histoire d'Aimer (que foi comercializada pela Barclay por questões contratuais), Remember (cantada em dueto novamente com Richard Chanfray) e Ti Amo, adaptação francesa do sucesso homônimo em italiano de Umberto Tozzi. O álbum apresentou três singles: além da faixa-título, Remember e Histoire d'Aimer. Depois da viagem ao Egito, uma música de 1971, que não havia tomado muito destaque na época de seu lançamento, foi trazida à tona novamente por se encaixar com o contexto oriental. Mon Frère le Soleil acabou sendo incluída no novo álbum e foi inclusive apresentada por Dalida em alguns programas televisivos da época.


Ti Amo: balada de sucesso de Dalida em 1978

Mon Frère le Soleil: composição do grego Mikis Theadorakis foi
relançada em Salma Ya Salama


Em 1978, Dalida e Orlando, depois de sete anos, rompem com a Sonopress e passam a editar discos junto à produtora Carrere. Depois de lançarem uma compilação de melhores sucessos - Et Dieu Créa Dalida - os irmãos retomam trabalhos inéditos e lançam do disco Génération 78. Fazendo homenagem àquele ano, que representou, juntamente com 1979, o auge da carreira de Dalida, o álbum trouxe a gravação de estúdio do medley apresentado pela cantora no show do Olympia 77, feito em comemoração aos 20 anos de carreira de Dali. Editado pelo compositor Jeff Barnel, o pot-pourri original dos espetáculos, que trazia oito sucessos Dalida - Come Prima, Gondolier, Les Enfants du Pirée, Ciao Ciao Bambina, Romantica, Garde-moi la Dernière Danse, Bambino e Les Gitansem arranjos tradicionais, foi reformulado em versão disco, acrescentando também sucessos mais recentes da cantora, como Paroles Paroles, J'attendrai, Salma Ya Salama, Il Venait d'Avoir 18 Ans e Gigi L'amoroso. O medley foi gravado em dueto com o jovem cantor Bruno Guillain, que à época estava fazendo sucesso na França. Assim como sua dona, o hit também bateu recordes: foi o primeiro videoclipe feito na França, assim também como o primeiro remix.
  
Álbum Génération 78: LP com cara de compacto

LP Danse Danse: Génération 78 no Brasil

A composição, que durava quase 7 minutos e contemplava 17 canções ao todo, foi lançada em um LP, que trazia a composição de Pascal Servran Voilà Pourquoi Je Chante e, no verso, um pot-pourri ainda maior, que chegava quase aos 12 minutos, intitulado Ça Me Fait Rêver.  Neste segundo medley, também ao lado de Bruno Guillain, Dalida faz um passeio dançante por 22 hits desde o início de sua carreira até a atualidade. Por ser muito grande, o título era apresentado em versão reduzida em programas de TV e em espetáculos ao vivo. E por falar em espetáculos, não faltaram convites para apresentações ao vivo de Dalida. O sucesso do disco fez com que ele fosse editado no Brasil no mesmo ano, sob o título Danse Danse. O LP teve disco de platina na França, além de que os dois pot-pourris do disco obtiveram disco de ouro.



Dalida revisita seus grandes sucessos em Génération 78, através da disco music


Imagens do show de Dalida no Carnegie Hall e da cantora em Nova York
ao som do pot-pourri Ça Me Fait Rêver


Com o sucesso levando seu nome para todos os lugares, depois de muitos anos, Dalida é convidada para uma turnê nos Estados Unidos. Ela se apresenta é muitas cidades, como Chicago e Nova York; nesta última um espetáculo memorável feito no Carnegie Hall a consagrou no país. O trabalho bem feito lhe rendeu um convite para assinar um contrato de exclusividade com os norte-americanos, tal como lhe foi proposto no início dos anos 1950. A cantora, contudo, recusou e seguiu seu trabalho como de costume. Infelizmente, a escolha de Dali implicou em um verdadeiro embargo dos Estados Unidos às obras da artista. Ela não foi mais chamada aos país, bem como seus sucessos passaram a ter pouca repercussão e propaganda lá, haja vista que pouquíssimos LPs e EPs foram editados em terras norte-americanas, com exceção do Canadá.

De 1978 a 1979, Dalida editou muitos singles em compactos, dando a passos lentos um novo direcionamento a seu trabalho. Lentamente, a cantora acrescia ao seu repertório reprises de espetáculos musicais famosos, incluindo números conhecidos da Broadway. Ainda em 1978, Dali registra Lambeth Walk, conhecida canção do musical inglês Me and My Girl (Eu e Minha Garota), de 1937. Primeiramente, ela grava a música em inglês, dando início a registros mais frequentes de títulos no idioma; depois ela também divulga uma versão em francês. Título também recebeu disco de ouro.

Lambeth Walk: canção estreia abordagem de Dalida a títulos de musicais 
e apresentações bem produzidas e coreografadas

Com o sucesso de Salma Ya Salama, Dali decide gravar outra música em árabe, mas, desta vez, uma composição autoral. Gilbert Sinoué, Marwan Saada, Jeff Barnel e Bernard Liamis se juntam e compõe Helwa Ya Baladi, título em homenagem à terra natal de Dalida, que foi logo lançada como single em um compacto. Mais uma vez, Dali fez sucesso no Egito e alcançou disco de ouro nesse país. Além disso, depois das bem sucedidas parcerias com Bruno Guillain, a dupla lança um terceiro single: Problemorama. Todas essas três canções figuraria no próximo LP de Dalida, que seria lançado ainda naquele ano, Dédié à Toi.

Portanto, assim é composto o sexto volume da coletânea Les Années Orlando, que traz como nome o do título Salma Ya Salama. O CD reúne todas as sete canções do álbum Femme est la Nuit que ficaram de fora disco número cinco da compilação, mais três músicas do LP Salma Ya Salama, as faixas do álbum Génération 78, além dos singles lançados entre 1977 e 1979, incluindo os que seriam incluídos no disco Dédié à Toi - os que foram citados acima e a faixa Il Faut Danser Reggae.

Nesta postagem você também confere o sexto volume da coletânea Italia Mia, que reúne parte da maioria das canções em italiano registradas por Dalida na década de 1970. No disco que leva o nome de Col Tempo - versão italiana de Avec le Temps - é possível achar tanto canções inéditas - La Colpa è Tua, Lei Lei - como versões para grandes hits da cantora, como Gigi L'amoroso, Ta Femme, Les Choses de L'amour. As únicas exceções são as composições Semplicemente Così e Le Parole di Ogni Giorni, que são dos anos 1980. Mais abaixo, também vê-se uma lista com canções lançadas por Dalida nos anos 1970, mas que ficaram de fora das coletâneas. Por isso, o áudio delas não se encontra em baixa qualidade.


1. Amoureuse de la Vie
2. Ti Amo (Je T'aime)
3. Salma Ya Salama (Un Homme de Sable)
4. Remember (C'était Loin) (Com Richard Chanfray)
5. Voyages Sans Bagages
6. Le Lambeth Walk (C'était Pas Compliqué)
7. Génération 78
8. Vedrai Vedrai
9. Il Faut Danser Reggae
10. Tables Separées
11. Comme Si Tu Étais Là
12. Les Clefs de L'amour
13. Voilà Pourquoi Je Chante
14. Comme Si Tu Revenais d'un Long Voyage
15. Il Y a Toujours Une Chanson
16. Helwa Ya Baladi (Qu'il est Beau, Mon Pays)


1. 18 Anni (Il Venait d'Avoir 18 Ans) (1974)
2. Semplicemente Così (1986)
3. Non è Più al Mia Canzone (Ils Ont Changé ma Chanson, Ma) (1970)
4. La Colpa è Tua (1971)
5. Tornerai (J'attendrai) (1975)
6. Vedrai Vedrai (1979)
7. Uomo di Sabbia (Salma Ya Salama) (1977)
8. Mamy Blue (1971)
9. Credo Nell'Amore (Les Choses de L'amour) (1972)
10. Col Tempo (Avec le Temps) (1972)
11. Le Parole di Ogni Giorno (1984)
12. Arlecchino (1970)
13. Lei Lei (Rain Rain Rain) (1974)
14. Tua Moglie (Ta Femme) (1974)
15. Gigi L'amoroso (Em Italiano) (1974)


1. 18 Anni (2ª Versão)
2. Giustina (Justine) (1975)
3. Il Piccolo Amore (Le Petit Bonheur) (1976)
4. Ma Melo Melodia (Ma Mélo Mélodie) (1972)
5. Manuel (Em Italiano) (1974)

sábado, 8 de junho de 2013

Besame Mucho (1976-77)

pós o estrondoso sucesso de J'attendrai, Dalida segue desenvolvendo mais projetos em cima da disco music, sobretudo repaginando antigas canções de sucesso com roupagens mais modernas. O resultado foi um álbum lançado em 1976, Coup de Chapeau au Passé. O disco, como o próprio título sugere, dá um verdadeiro golpe do chapéu no passado, apresentando versões diferenciadas para composições de Charles Trenet, Edith Piaf, Rina Ketty, Jacques Prévert e Carmem Miranda. 

O primeiro single trabalhado no álbum foi Besame Mucho, canção que mais se destacou depois de J'attendrai, que também estava inclusa no LP. Versão foi muito bem recebida pelo público e ganhou disco de ouro em vendas; em programas de TV, Dalida sempre aparecia usando  vestidos exuberantes, dançando e cantando a faixa - pouco a pouco, o seu lado diva ia sendo cada vez mais trabalhado e posto à mostra. Futuramente, Dalida seria conhecida por seu visual sempre elegante, além de seu talento em cena.


Dalida interpreta e dança seu novo sucesso, Besame Mucho

Besame Mucho apesar de manter o título original em espanhol, trazia sua letra toda em francês, assim como a grande maioria dos hits da cantora. No b-side do single, estava a música Parle-moi d'amour, Mon Amour, versão do título italiano Parlami d'amore, Mariù, lançada em 1932 no filme Gli Uomini, que Mascalzoni (Os Homens, que patifes). O segundo e último single trabalhado do disco foi Le Petit Bonheur, uma composição do canadense Félix Leclerc, lançada em 1948. A canção foi reprisada por Dalida com êxito, embora fugisse um pouco da temática disco. O single trouxe Tu m'as Declaré L'amour com b-side, adaptação da italiana Verde Luna. Esta última, no entanto, ficou de fora de Coup de Chapeau au Passé, e só seria usada posteriormente no disco Salma Ya Salama, de 1977.

Coup de Chapeau au Passé: grandes sucessos dos anos 30, 40 e 50 repaginados

O disco de 1976 foi editado de forma muito bem pensada; de um lado do disco, apenas canções mais agitadas, enquanto do outro estavam as músicas lentas e baladas. Apesar de ter tido apenas duas músicas de trabalho, o álbum se destacou com outras faixas: Les Feuilles MortesLa Mer, Tico Tico (no Fubá) e uma nova versão para La Vie en Rose (a primeira feita por Dalida é datada de 1965). A única música que não foi retrabalhada para o disco foi Que Reste-t-il de Nos Amours?, cuja versão do disco é a mesma editada no disco Il Faut du Temps, de 1972. O álbum foi editado no Brasil no ano seguinte e obteve certo êxito. Esse foi o primeiro álbum de Dalida lançado na década de 1970; desde Le Temps de Fleurs, nosso país só tinha acesso às principais músicas da artista por meio de compactos. Isso demonstrava que Dalida vinha se tornando cada vez mais popular, ainda mais do que nos anos 1960.


Dalida e sua versão "exótica" de Tico Tico no Fubá, com 
direito a vestimentas de Carmem Miranda


Em 1977, Dalida começa o ano com um novo trabalho: o disco Amoureuse de la Vie/Femme est la Nuit. O álbum é bastante especial, pois comemora os 20 anos de carreira de Dali. Em comemoração da data, renomados compositores a presenteiam com canções especiais para o álbum. Pascal Auriat e Pascal Sevran, dupla de charás que compôs o sucesso Il Venait d'avoir 18 Ans, oferecem a Dalida, respectivamente, as peças Comme Si Tu Revenais d'un Long Voyage e Il y a Toujours une Chanson. Essa última música mostra um panorama da vida de Dalida até atingir a fama, falando sobre etapas de sua juventude, com inserções de temas musicais que a levaram pelo sucesso, como Bambino, J'attendrai, La Vie en Rose e Ah, Le Petit Vin Blanc

Em continuação, Dalida ainda recebe as melancólicas baladas Tables Separées e Comme Si Tu Étais Là de Alice Dona. Para a cantora, Roger Hanin compõe Et Tous ces Regards, uma canção extensa que é intercalada com trechos de poemas de renomados escritores. Por fim, o disco apresenta duas composições dos italianos Toto Cutugno e Vito Pallavicini - Femme est la Nuit e Le Clefs de L'amour, sendo esta a letra desta última escrita pela própria Dalida. O último presente recebido pela cantora foi a outra faixa-título, Amoureuse de la Vie. Escrita pelo cantor Gilbert Bécaud, música narra a superação de Dalida das turbulências por que passou e seu estabelecimento como uma cantora popular, querida pelo público, e satisfeita com a vida pessoal e profissional. Tudo porque, na verdade, a data era duplamente simbólica: em 1977, além dos 20 anos de carreira, haviam se passado 10 anos desde que a cantora havia tentado o suicídio e quase encontrado a morte. O episódio, inclusive, é citado na letra da canção.

Femme est la Nuit: em 1977, Dalida segue investindo em sucessos disco como carro-chefe


Amoureuse de la Vie: Dalida canta sua superação de vida ao vivo em Praga


Apesar de tantos sucessos reunidos, o disco, assim como o anterior, só teve duas músicas de trabalho: as faixas-título, que foram editadas em um mesmo compacto, e Captain Sky, versão francesa de Dalida para uma canção americana. Na verdade, a grande sacada do álbum foi a comemoração dos 20 anos de carreira de Dalida, que foi celebrado mais com shows. Mal o LP chegou as lojas, Dalida tratou de preparar um espetáculo no Olympia. No repertório, os novos sucessos, mais hits recém  consagrados como Il Venait d'avoir 18 Ans, Gigi L'amoroso, Je Suis Malade e J'attendrai. No mais, uma surpresa para o público e fãs da cantora: um pot-pourri com grandes sucessos do começo da carreira de Dalida, como Come Prima, Gondolier, Les Enfants du Pirée e Bambino. Onze faixas do show foram editadas em um LP, lançado no ano seguinte, sobre o título do próprio espetáculo, Olympia 77. Outros shows comemorativos aconteceram não só na França, mas em vários locais da Europa. Um show especial foi realizado em Praga, na República Tcheca, que recentemente virou DVD.


Dalida, como de costume, veste branco em show no teatro Olympia, em 1977

Les Clefs de L'amour: Dalida ataca de compositora na produção de novo hit


O sucesso no biênio 1976/77 resultou em muitas homenagens a Dalida. A cantora ganhou nessa época a medalha Carnaval de Verão, o prêmio da Academia dos Discos - por estar em primeiro lugar nos hit parades de nove países -, além de ter sido eleita a mulher do ano no Canadá, ficando inclusive na frente da primeira dama americana, Jaqueline Kennedy. Ainda em 1977 mais prêmios esperam por Dalida, ganhos após o lançamento de mais um LP, o Salma Ya Salama. Mas esse só será abordado na próxima postagem.

Todos esses sucessos acima citados foram reunidos na coletânea Les Années Orlando, mais especificamente no volume 5, intitulado Besame Mucho. Ao todo, são oito canções do Coup de Chapeau au Passé (as demais estão no volume 4), três do álbum Femme est la Nuit/Amoureuse de la Vie e cinco do LP Salma Ya Salama. As demais canções dos dois últimos álbuns citados vêm inclusas no CD 6 da referida coletânea. Nessa postagem também é possível conferir o disco do Olympia 77, com todas as 12 faixas originais, lançadas tanto em LP quanto em CD, além de Gigi L'amoroso, faixa extra lançada apenas em uma coletânea especial de lives de Dalida.


Besame Mucho
1. Besame Mucho (Embrasse-moi)
2. La Mer
3. Maman
4. Les Feuilles Mortes
5. Histoire d'Aimer (Mister Love)
6. Tu m'as Declaré L'amour (Verde Luna)
7. Notre Façon de Vivre
8. Amor, Amor (Amour c'est Tout Dire)
9. La Vie en Rose
10. Parle-moi d'amour, Mon Amour (Parlami d'Amore, Mariù)
11. Captain Sky (OVNI)
12. Femme est la Nuit
13. Tico Tico (Tico Tico no Fubá)
14. Quando S'arrêtent les Violons
15. A Chaque Fois J'y Crois
16. Et Tous Ces Regards

Olympia 77
1. Il y a Toujours Une Chanson
2. Les Clefs de L'amour
3. Le Petit Bonheur
4. Tables Separées
5. Comme Si Tu Étais Là
6. Amoureuse de la Vie
7. Pot-pourri: Come Prima/Gondolier/Les Enfants du Pirée/Ciao Ciao Bambina/ Romantica / Garde-moi la Dernière Danse / Bambino / Les Gitans
8. Il Venait d'avoir 18 Ans
9. Je Suis Malade
10. J'attendrai
11. Femme est la Nuit
12. Et Tous Ces Regards
13. Gigi L'amoroso (Gigi L'amour) (Faixa bônus)

terça-feira, 4 de junho de 2013

J'attendrai (1974-75)

Devido ao grande sucesso de Gigi L'amoroso, Dalida logo passou a ser muito mais que uma cantora. Na França, passou a ser conhecida como comediènne, título usado para se referir a um artista multiplural, que interpreta, canta e dança. Ele foi efetivado definitivamente a Dali em 1975, quando a cantora implementa mais uma inovação em sua carreira. Naquele ano, ela lança o álbum J'attendrai. A faixa-título em especial foi um marco na vida profissional de Dalida, tornando-a a primeira artista disco da França. Mas até lá, muita coisa ainda estava pra acontecer.

A divulgação do álbum começou mais timidamente com a liberação do single Et de L'amour, de L'amour. A balada romântica é entoada em dueto de Dali com seu namorado, praticamente marido, o Conde de Saint Germain. A música, composta para ser uma espécie de segunda Paroles Paroles, fez um sucesso ameno, apesar de sua intensa divulgação, fazendo com que o casal fosse convidado a alguns programas de TV para cantá-la. A repercussão faz com que o single obtivesse disco de ouro em vendas. Curiosamente, o b-side do disco, Mon Petit Bonhomme, não teve tanta divulgação, mas obteve certo reconhecimento. O título também era uma tentativa de fazer com que Richard Chanfray adquirisse um real ofício; até então, ele vivia de números de ilusionismo, que o tornavam popular na alta sociedade francesa, mas não o reservava nenhum futuro promissor.

Et de L'amour, de L'amour: Dalida e Saint Germain em dueto


Em seguida, Dalida lança outro sucesso no estilo tragicomédia, Mein Lieber Herr. Canção conta a história de um senhor, cujo amor da juventude lhe foi tirado devido às circunstâncias da 2ª Guerra Mundial. O texto é todo em francês, embora apesar do título. A música também foi gravada inteiramente em alemão e, curiosamente, foi lançada 30 anos depois de terminada a guerra. A faixa foi apresentada em programas televisivos com êxito.


O último single do ano foi Ne Lui Dis Pas, balada romântica que ganhou versão em italiano, em Ciao Come Stai. Na virada para 1976, Dalida escolhe a faixa-título de seu último álbum para trabalhar. Na segunda metade dos anos 1970, o movimento disco music começa a tomar fôlego e explode em todo o mundo. Em países como Inglaterra e Estados Unidos, entre outros, surgiam muitos artistas do gênero, como Donna Summer, ABBA, Jackson 5, KC and the Sunshine Band, etc. Na França, Dalida foi a primeira cantora a aderir ao movimento, entoando a canção J'attendrai, de Rina Ketty, lançada originalmente em 1938. Dali repaginou a canção em versão discoteca, alcançando grande êxito dentro e fora da França. O single rendeu à artista o prêmio Leão de Ouro, concedido pela Alemanha a primeira cantora disco francesa.

Dalida interpreta a balada Ne Lui Dis Pas

Mein Liebe Herr: em título, Dalida exercita, como em 
Gigi L'amoroso, um pouco do seu lado atriz

O álbum de carreira J'attendrai é composto por todas esses singles e outras três faixas inéditas - Raphaël, L'amour à la Une e C'est Mieux Comme Ça. Esta última trata-se de versão cantada do tema instrumental do filme O Poderoso Chefão 2, composto por Ennio Moriconi. Dalida decide gravar a faixa diante do sucesso obtido na gravação de Parle Plus Bas, referente à trilha sonora do primeiro filme da série. Obviamente, o sucesso alcançado não foi o mesmo. O disco também apresentou reedições de canções de sucesso de outros álbums de Dalida - foram elas Gigi L'amoroso, Il Venait d'avoir 18 Ans e Ta Femme.

J'attendrai foi de fato o maior sucesso de Dalida nos anos 1970. A canção, que se tornou emblemática no início da 2ª Guerra Mundial, foi modernizada e mais uma vez foi agraciada com o reconhecimento do público. No filme sobre a vida da cantora, é possível ver a relação que Dali tinha com a guerra, visto que seu pai lutou nela; devido à ela, ele teve sua carreira de violinista interrompida e, mesmo tendo sobrevivendo aos combates, voltou em depressão profunda e nunca mais retomou o prumo. Por isso, esse disco, como a maioria dos lançados por Dalida nos anos 1970, é bem autobiográfico, tendo uma enorme carga emotiva vinda da vida pessoal da cantora. O sucesso fez com que o single obtivesse certificação de disco de ouro na França e no Canadá.

Capa do LP J'attendrai


Dalida canta um de seus grandes sucessos, o maior dos anos 1970: J'attendrai


O sucesso da reprise de uma canção antiga foi tão certeiro que Dalida resolveu investir no segmento. Em 1976, ela lança o disco Coup de Chapeau au Passé, título que reúne exclusivamente sucessos dos anos 30, 40 e 50 em versões modernizadas. O álbum fez sucesso no mundo todo. Antes de ingressar no novo trabalho, Dalida fecha 1975 com mais um álbum de canções italianas. Sempre Più, assim como Dalida Sings in italian for You, traz essencialmente versões de sucessos francesas da cantora versionados para seu idioma de nascença. Destaques para a versão italiana de Gigi L'amoroso e as inéditas Tua Moglie (Ta Femme), 18 Anni (Il Venait d'avoir 18 Ans), Giustina (Justine) e Tornerai (J'attendrai).

Estável no amor e na carreira, com uma vida mais bem estruturada, Dalida segue uma vida mais tranquila e sem muitas fortes emoções ou grandes dramas. Em especial, um episódio em 1974 fez a cantora ficar novamente cara a cara com a morte. Depois de encarar o suicídio de Luigi Tenco, de Lucien Morisse e até o seu próprio, a cantora assiste, sem muito poder de persuasão, o amigo israelense Mike Brant, também cantor, se entregar a depressão, que o levou à morte. Dalida foi uma das grandes apoiadoras da carreira do rapaz, deixando-o cantar na primeira parte de seus shows do Olympia 71, contribuindo com o sucesso dele na França. Dali ajudava-o dando conselhos desde sua primeira tentativa de suicídio, em 1974. Contudo, em 1975 o cantor conseguiu tirar a própria vida com êxito.

As faixas inéditas do álbum J'attendrai estão presentes no quarto volume da coletânea Les Années Orlando, que leva o nome da mesma canção, a que fez mais sucesso na época. Nela, constam todas as faixas do álbum Manuel que não foram inclusas no volume 3 da coletânea - Seule Avec Moi, Ma Vie Je la Chante, Comme Tu Dois Avoir Froid, Justine, Nous Sommes Tous Mortes à Vingt Ans e La Consultation - e dois títulos do álbum de 1976, Coup de Chapeau au Passé: Le Petit Bonheur e a versão de Que Reste-t-il de Nos Amours? já editada anteriomente no disco Il Faut du Temps.



1. J'attendrai
2. Ne Lui Dis Pas
3. Ma Vie Je la Chante
4. Mein Liebe Herr
5. Seule Avec Moi
6. Le Petit Bonheur
7. C'est Mieux Comme Ça
8. Et de L'amor, de L'amour (Com Richard Chanfray)
9. Nous Sommes Tous Mortes à Vingt Ans
10. Mon Petit Bonhomme
11. Que Reste-t-il de Nos Amours?
12. La Consultation
13. Justine
14. Raphaël
15. Comme Tu Dois Avoir Froid
16. L'amour à la Une