sábado, 19 de janeiro de 2013

Les Enfants du Pirée (1960)

Depois do sucesso marcante no ano anterior, Dalida chega à década de 1960 mais destacada do que nunca. Ao passo que a música popular começa a mudar diante da chegada do iê-iê-iê, a artista se adapta à nova realidade e começa a inseri-la em sua carreira. Ao mesmo tempo que o estilo vedete dos anos 50 ainda prevalecia, Dalida começava a gravar canções naquele novo estilo.

Desta forma, em 1960, Dalida lança seu primeiro EP do ano contendo a faixa-single T'aimer Follement, que já declaravam um pouco a mudança de estilo e anunciavam o que ainda estava por vir. Já no compacto seguinte, o título de destaque era L'arlequin de Tolède, que remete os fãs a Dalida do início da carreira, mais exótica e cigana. A música que ficou conhecida no Brasil pela versão cantada por Ângela Maria, O Arlequim de Toledo.


O próximo single, que apareceu no EP seguinte, chegou ao público na mesma fórmula que Ciao Ciao Bambina, Come Prima e Bambino. Les Enfants du Pirée se tornou um hit inconfundível e marcou a carreira de Dalida naquele ano, sendo regravada pela cantora nos idiomas italiano, espanhol, alemão e inglês. A música foi retirada do filme grego Jamais le Dimanche (Nunca aos Domingos) e se tornaria, mais adiante, uma canção tradicional daquele país. Como consequência, a gravação tornaria Dalida bastante popular nele. A referida canção se tornou a faixa-título do LP lançado em 1960, contendo todos os singles de compactos daquele ano. 

Dalida interpreta Les Enfants du Pirée na TV francesa

Dalida em 1960

Outros 45 rotações daquele ano fizeram bastante sucesso, como a versão francesa de Romantica e o famoso hit rock Itsi Bitsi Petit Bikini - Biquíni de Bolinha Amarelinha. As canções integraram o LP juntamente com a tradução para o francês de Tintarella di Luna, Le Petit Clair de Lune - que, no Brasil, era a música Banho de Lua, de Cely Campelo - e Dans les Rues de Bahia, uma canção com ares tropicais que remetia ao calor e às festas brasileiras. O novo estilo acabava trocando as canções de amor por letras  com menos conteúdo, que serviam apenas para divertir. O álbum, por fim, ainda trazia mais uma versão de uma música do filme Jamais le Dimanche, Le Bonheur.


Para fechar o ano, Dalida lança mais dois compactos. Um apenas com músicas natalinas e outro com um single potente Garde-moi la Dernière Danse, que já havia sido um sucesso nos Estados Unidos e na Inglaterra como Save the Last Dance for Me. No EP de Natal, Dalida canta também versões francesas de clássicos, como Douce Nuit, Sainte Nuit (Silent Night/Noite Feliz), Vive le Vent (Jingle Bells) e Noël Blanc (The White Christmas).


Ao todo, de sete compactos, quatro foram classificados como disco de ouro: T'aimer Follement, Les Enfants du Pirée, Itsi Bitsi Petit Bikini e Romantica. Garde-Moi la Dernière Danse só emplacaria o mesmo sucesso no ano seguinte e acabaria se tornando título de um LP lançado no início de 1961 (Para ler mais sobre a premiação da música, consultar a postagem Le Petit Gonzales). A consagração dos citados hits indica claramente a mudança também do público, que passa a preferir as canções mais populares em detrimento das exóticas. Na construção de uma carreira de sucesso, os produtores de Dalida a incentivam a enveredar de vez pelo novo estilo. De 1960 a 1961, além da mudança de estilo musical, a cantora também implementa uma repaginada no visual. Em vez dos cabelos negros e soltos, mais castanhos e penteados em estilo coméia; quanto a vestimenta, em vez dos vestidos acinturados de vedete, usa roupas mais modernosas para a época, como calça comprida e blusas. Enquanto o sucesso cada vez mais se multiplica, Dalida e Lucien Morisse passam a estreitar as relações profissionais e se tornam muito mais do que bons amigos.

LP Les Enfants du Pirée

Garde-Moi la Dernière Danse representou o single iê-iê-iê 
que mais marcou a transição de Dalida ao novo estilo musical

Além dos discos de ouro, Dalida recebe em 1960 o Grande Prêmio da Canção Italiana, um dos prêmios mais importantes da música naquele país. Cada vez mais a artista se aproxima de sua terra natal e grava canções inteiramente em italiano. Em 1960, o 45 rotações Itsi Bitsi Petit Bikini traz a versão da Mademoiselle Juke-Box do clássico napolitano O Sole Mio. Enquanto isso, na Itália surgem EPs de Dalida com seus sucessos versionados para italiano, como L'arlechino Gitano (L'arlequin de Tolède), Pezzettini Bikini (Itsi Bitsi Petit Bikini) e T'amerò Dolcemente (T'aimer Follement). Outras canções foram gravadas por ela apenas naquele idioma, como Scoubidou e Milord, versão italiana do grande sucesso na voz de Edith Piaf.

Confira o volume 4 da coletânea Les Années Barclay, que reúne as músicas de 1960 e leva o título Les Enfants du Pirée:



1. T'aimer Follement (Makin' Love)
2. Va, Petite Étoile
3. Dans les Rues de Bahia (Too Much Tequila)
4. Romantica
5. De Grenade à Seville
6. Le Petit Clair de Lune (Tintarella di Luna)
7. L'arlequin de Tolède
8. Comme au Premier Jour
9. S'endormi Comme d'Habitude
10. Vieni Vieni Si
11. Les Enfants du Pirée (Ta Pedia tou Pirea)
12. C'est un Jour à Naples
13. Pilou Pilou Pilou He
14. Le Bonheur (Hassapico Nostalgique)
15. Itsi Bitsi Petit Bikini (Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka Dot Bikini)
16. O Sole Mio
17. Bras Dessus, Bras Dessous (Why)
18. Ni Chaud, Ni Froid (Johnny Kissed a Girl)
19. Douce Nuit, Sainte Nuit (Silent Night)
20. Noël Blanc (The White Christmas)
21. Petit Papa Noël
22. Vive le Vent (Jingle Bells)
23. Garde-Moi la Dernière Danse (Save the Last Dance for Me)
24. La Joie d'Aimer (Unforgiven)
25. Ciao Ciao, Mon Amour
26. Les Marrons Chauds

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